Nesta quarta-feira (15), é comemorado o Dia Nacional do Consumo Consciente. A data, instituída em 2009 pelo Ministério do Meio Ambiente, convida a sociedade a repensar os padrões de consumo excessivo que promovem cada vez mais problemas sociais, econômicos e ambientais.

O consumo desenfreado, caracterizado como consumismo, é um dos principais motivos que levam os brasileiros ao cenário de superendividamento. O Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, publicado pela Serasa mensalmente, revela que, até agosto de 2025, o país já soma 78 milhões de pessoas cronicamente endividadas.

Enquanto o consumo diz respeito à satisfação de necessidades básicas, como a alimentação, o vestuário, a moradia e o transporte, o consumismo remete ao ideal de satisfação pessoal, de felicidade e de status, por meio da compra descontrolada de produtos e serviços supérfluos. Esse incentivo ao consumo excessivo e as propagandas abusivas, cada vez mais presentes no cotidiano e na internet, contribuem significativamente para o adoecimento mental dos consumidores.

Outro impacto alarmante é em relação a escassez dos recursos naturais em detrimento das produções em larga escala, necessárias para suprir a demanda crescente por bens de consumo. Além da degradação de ecossistemas e a perda de biodiversidade, a produção em grande quantidade desses bens gera resíduos poluentes que, ocasionalmente, são descartados de maneira incorreta no meio ambiente.

A diretora-geral do Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES), Letícia Coelho Nogueira destacou o comprometimento do órgão em orientar a população sobre hábitos de consumo mais sustentáveis. “O Dia Nacional do Consumo Consciente é um convite para todos nós refletirmos sobre nossos hábitos de compra e sobre o impacto que eles causam na nossa vida e na sociedade”, disse.

Ela ressaltou também que o Procon-ES tem um papel fundamental de conscientizar os consumidores sobre escolhas responsáveis, que promovam equilíbrio financeiro, sustentabilidade e bem-estar. “Diante do cenário preocupante de superendividamento, buscamos transformar essa realidade, ajudando o cidadão a compreender seus direitos, planejar suas finanças e evitar o endividamento excessivo. Consumir de forma consciente é um ato de cidadania”, reforça a diretora.

Questões que norteiam as decisões de compra do consumidor consciente

Por que comprar?
Estou comprando porque realmente preciso ou fui influenciado por uma tendência das redes sociais ou por uma propaganda?

O que comprar?
Esse produto atende às minhas necessidades ou estou sendo levado pela promessa de status, beleza ou sucesso?

Como comprar?
Posso pagar por esse item sem comprometer meu orçamento? É melhor comprar à vista, com desconto, ou parcelar de forma responsável?

De quem comprar?

A marca é transparente nas suas práticas? Respeita o meio ambiente, os direitos trabalhistas e a privacidade dos consumidores?

Como usar?

Vou aproveitar bem esse produto ou ele vai se tornar rapidamente descartável, como muitos itens impulsionados pelo consumo rápido?

Como descartar?

Quando não for mais útil, sei como descartar ou reciclar corretamente, evitando gerar mais resíduos e impactos ambientais?

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